quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Criança

Achava que tornara-se maduro.
De uma maneira positiva, via-se insensível à quase todas as dores e capaz de enfrentá-las.
Que a solidão não era necessariamente ruim e que era forte o suficiente para enfrentar o mundo sozinho.
Ser distante era estar seguro.
Fazer o bem sem olhar a quem garantiria felicidade plena.

Até que em lágrimas, redescobriu-se criança.
Percebeu-se carente da companhia de pessoas que se importavam. Da companhia física.
Sentiu falta daquele abraço que nunca foi dado, e daquelas palavras que permaneceriam silenciosas.
Frágil e assustado. Despreparado. Com medo do que viria.
E com mais medo ainda do que poderia não vir.